04 abril, 2014

Resenha - Caiu do Céu

Título: Caiu do Céu
Autora: Heidi W. Durrow
Editora: LeYa
Páginas: 278


Rachel, filha de uma dinamarquesa com um negro, torna-se a única sobrevivente de uma tragédia familiar, depois de uma fatídica manhã no terraço de um prédio em Chicago. Forçada a se mudar para uma cidade estranha, tendo como tutora sua severa avó afro-americana, Rachel é obrigada a viver, pela primeira vez, em uma comunidade de maioria negra, na qual sua luminosa pele clara, seus extraordinários olhos azuis e sua beleza fazem com que seja alvo de constante atenção, por onde quer que passe. Enquanto cresce nesse ambiente e tenta engolir a dor, ela começa a entender como o mistério e a tragédia de sua mãe podem estar ligados à sua própria e oscilante identidade. Criada até então para pensar em si mesma como branca, agora se espera de Rachel que “aja como negra”. E, nesse meio-tempo, a jovem continua se perguntando por que tem de ser definida por sua pele e que motivo justifica que rótulos digam mais sobre o que ela é, em um mundo que insiste em classificá-la tanto como negra quanto como branca. Caiu do céu é um emocionante e perspicaz retrato de uma jovem bi-racial que precisa lidar com as concepções da sociedade sobre raça e classe.

Olá pessoal! Esse é o primeiro livro da LeYa que leio e para falar a verdade no início da leitura eu não estava muito empolgada, a leitura não estava fluindo muito bem até por volta do segundo capítulo foi ai que a leitura engatou e comecei a me envolver com a história da Rachel, no início achei algumas das coisas um pouco racistas, mas depois fui me acostumando com o contexto. A leitura é bem gostosa e rápida e cada novo capítulo eu ficava ainda mais curiosa em saber o que realmente havia acontecido com a jovem Rachel na noite do acidente.

Rachel é uma menina de pele negra de olhos azuis, que passou a morar com sua avó e sua tia Loretta após um acidente que envolveu toda a sua família onde sua mãe e seus dois irmãos faleceram. Ela sofre racismo em sua nova escola por sua pele não ser tão escura como as das outras pessoas negras e ter olhos claros como as pessoas brancas, por isso não consegue muitos amigos e se sente excluída é uma menina bem calada. 

"Você pode ficar muito triste se não pensar no longo prazo como braços abertos que podem lhe segurar." (pág. 76)

Desde que se mudou para a casa de sua avó diversas coisas aconteceram em sua vida. A pessoa de quem ficou mais próxima e que era bastante parecida com sua Mor (era assim que chamava a sua mãe) foi a sua tia Loretta, porém ela veio a falecer o que se tornou mais uma grande perda na vida de Rachel. Agora ela não tinha mais ninguém além de sua avó. O tempo passou e a garotinha de 11 anos cresceu e se tornou uma jovem muito bonita e começou a chamar atenção dos garotos com uma beleza bem incomum. Imagine ai uma mulata com olhos azuis e com cabelos balançando, como a autora descreve em uma parte do livro ela era tão bonita quanto uma miss.

Durante esse período os tais hormônios começaram a aflorar e Rachel passou a se envolver com garotos, sua primeira vez não muito especial foi bem conturbada e acabou sendo flagrada pela avó que a xingou de diversas maneiras, desde então a garota passou a tentar mudar as suas atitudes que não durou muito tempo até aparecer Jesse, o seu amigo do emprego de verão que Drew, o marido da sua tia Loretta arranjou. Foi lá também que Rachel conheceu Brick um dos moradores do Centro onde trabalhava e que não por coincidência e sim por muita persistência dele eles se encontraram, Brick foi uma testemunha do acidente com Rachel. Brick tenta se aproximar de Rachel e se tornam amigos, ele conta tudo o que seu pai pediu que contasse a filha já que ele não seria capaz de contar e acho que ele se apaixona por ela pelo modo como fala e como age quando estão juntos. 

"Brick coloca o seu braço em torno de mim. Quando ele me olha, parece que ninguém realmente me olhou desde o acidente. Em seus olhos eu não sou a nova garota. Eu não sou a cor da minha pele. Eu sou uma história. Uma com um passado e um futuro não escrito." (pág. 276)

Ele é mesmo um fofo, e quem diria que alguém seria capaz de deixar tudo para trás ainda quando era criança em busca de uma pessoa que ele mal conhecia, mas que queria muito ajudar, achei uma atitude maravilhosa e bem rara de acontecer nos dias de hoje. Me apaixonei pelo livro e pelas atitudes do Brick ao longo do livro, achei que a história não fosse me prender tanto, mas realmente conseguiu.

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